Em seu segundo dia de programação, o SEST SENAT Summit proporcionou importantes reflexões para líderes do setor de transporte. Reunidos em São Paulo (SP), os participantes assistiram a palestras de especialistas brasileiros e internacionais. Idealizado em torno do tema “O Futuro do Transporte é Sustentável”, o conteúdo teve curadoria da HSM e foco nos pilares ESG (ambiental, social e governança).
A primeira atração do dia, Nathaniel (Nat) Bullard, diretor administrativo da Business Climate, iniciou sua fala com um panorama sobre as mudanças climáticas, cujos efeitos são cada vez mais perceptíveis. O cerne de sua palestra foi a posição do Brasil na transição energética – posição privilegiada, em razão da abundância de fontes de energia renovável. Porém, faltaria ao país o impulso necessário para “aposentar” os combustíveis de origem fóssil, o que já está em curso nos EUA e em diversos países europeus. Com ajuda de gráficos, o especialista demonstrou, ainda, que a produção de energia solar e eólica está em sua alta histórica e, em breve, poderá suprir a demanda mundial.
Na apresentação “Crédito verde: acessando fundos de investimento para o desenvolvimento do transporte”, Luiz Brandt, head de inovação da ABGI Brasil, forneceu um verdadeiro mapa das atuais formas de capitalização para projetos em sustentabilidade. Ele identificou dois caminhos possíveis: recursos reembolsáveis e subvenção econômica, destacando que o segundo é apropriado para inovações disruptivas e, portanto, sem garantia de retorno.
Acima de tudo, deve-se ter um bom projeto. “Muitas empresas estão em busca de dinheiro para capital de giro. Mas esse não é o objetivo dos instrumentos de fomento. A ideia é alavancar oportunidades e recursos para conseguir desenvolver projetos e resolver problemas”, alertou Brandt.
Em outro momento da jornada de aprendizagem, o secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, ponderou que, diante das mudanças climáticas, é tarefa de todos pensar em soluções mais resilientes. Ele reforçou que a pasta está debatendo formas de incentivar a descarbonização do transporte. “Somente com uma atuação focada em sustentabilidade, o país será atrativo e notado por fundos de investimentos mundiais. Saibam que o Ministério dos Transportes está comprometido com essa visão, buscando alternativas e soluções para melhorar o Brasil”, enfatizou.
Na apresentação “Futuro do trabalho e os desafios para a retenção da mão de obra no transporte brasileiro”, o fundador da Exboss, Alexandre Pellaes fez um trabalho de desconstrução de conceitos, a começar pela palavra “retenção”. De acordo com o pesquisador em modelos de gestão, o caminho é pensar em “conexão”. “O ser humano é único em sua capacidade de enxergar um mundo desejável e se colocar em um plano de ação. Portanto, trabalho é uma ação intencional e consciente a fim de transformar a realidade. Isso é um superpoder!”, exaltou.
Já o painel “Fatores de risco na saúde do trabalhador do transporte: explorando desafios e oportunidades” contou com a participação de Eujessika Rodrigues, fundadora da startup
Sênior Saúde Móvel, e de Ricardo Hegele, vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego. O diálogo foi mediado por Rebecca Rosal, analista do SEST SENAT. Eles abordaram a correlação entre envelhecimento da força de trabalho e acidentes de trânsito, concluindo que é necessário pensar em estratégias para aumentar o bem-estar e a longevidade desses profissionais.
O SEST SENAT Summit 2024 se encerrou em grande estilo com a apresentação de Mark Van Rijmenam, futurista ligado ao Instituto Futuwise, que se dedica a promover um futuro justo e inclusivo. O especialista garantiu que, “até 2030, teremos dois tipos de organização, uma que utiliza IA e outra que não existirá mais”. Outra previsão muito impactante diz respeito à inserção de robôs humanoides em nossa rotina. Van Rijmenam defende que a tecnologia tem muitas vantagens, mas precisamos encontrar a melhor forma de utilizá-la. “Os líderes precisam aceitar as mudanças, pois as habilidades de ontem já não serão úteis”, instigou.
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