Em mais uma edição do ANTP Café, com a presença de dois importantes consultores da área de mobilidade urbana, o bate-papo principal abordou o tema “Regulamentação dos Transportes por Demanda no Brasil – Ensinamentos da Experiência Mundial”.

O foco central da conversa foi um estudo realizado por Tania Pérez, German Freiberg, Leonardo Bueno, Bruna Pizzol e David Escalante, com a participação e apoio do WRI-México.

Com a participação de Sergio Avelleda e de German Freiberg, um dos autores do trabalho, a conversa derivou para como e de que forma as várias experiências internacionais na área de Transporte sob Demanda podem servir de base para mudanças no atual transporte coletivo, setor hoje imerso em grave crise ampliada pelos impactos da pandemia de Covid-19.

Alguns pontos foram bem delineados, como a opinião de Sergio Avelleda quanto à necessidade premente de que qualquer experiência nesse sentido não pode desconstruir o atual modelo de transporte existente no país. Qualquer medida, segundo ele, deve vir ao encontro de soluções amplas que tenham sua base na melhoria dos atuais sistemas de mobilidade, principalmente os de transporte de massa.

Claudio Frederico, âncora do ANTP Café, ressaltou a importância de soluções institucionais que garantam sobrevivência e longevidade ao modelo, como a urgente necessidade de um novo marco regulatório para o setor. Este marco precisa garantir não somente limites flexíveis em contratos de concessão, para que possam absorver novas tecnologias e promover mudanças, como também a constituição de um Fundo garantidor de recursos para libertar o setor da dependência histórica de ter a tarifa como única fonte de receita e manutenção.

German Freiberg citou a rapidez como as experiências estão acontecendo, e lembrou que no Brasil o transporte coletivo por demanda não nasceu como iniciativa do poder público, mas sim como reação dos operadores de mercado diante da perda de receita na pandemia. Ele fez questão de comentar a inovação do novo sistema de transporte coletivo de São José dos Campos, que já incluiu de saída em seu edital a flexibilidade rotas operadas por orientação da demanda, convivendo com o sistema de rotas fixas.

Com algumas questões levantadas pela audiência, o debate fixou-se ainda na necessidade de o poder público tomar as rédeas dessa modalidade, algo imperioso diante da necessidade de se preservar a característica pública e essencial do serviço de transporte.

O estudo realizado pelo WRI-Mexico com a participação dos estudiosos brasileiros pode ser obtido em nossa Bibliote, pelo link: http://files.antp.org.br/2021/8/16/demand_responsive_transit_final_0.pdf

Moderado pelo jornalista Alexandre Pelegi, o encontro foi animado também graças à participação da audiência, que contribuiu com questões que permitiram aos consultores aprofundar a discussão.

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