Eudo Laranjeiras, presidente da FETRONOR

Através de um estudo conduzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre mobilidade urbana, foi constatado que a redução de preço da tarifa em 25%, a diminuição do tempo de espera em 24% e o aumento da segurança em 20% são os fatores determinantes que poderiam incentivar os não utilizadores de transporte público a adotar essa modalidade nas grandes cidades.

A pesquisa abrangeu 2.019 entrevistados residentes em cidades com mais de 250 mil habitantes nas 27 unidades da Federação, e revelou também que outros elementos cruciais para motivar o uso do transporte público incluem maior disponibilidade de linhas e rotas, maior conforto interno, aprimoramento da qualidade dos veículos e maior eficiência no deslocamento dentro do sistema.

“O estudo da CNI aponta a importância do investimento para a melhoria do transporte, que é algo necessário, e um clamor da população há muito tempo. Porém, isso passa pela necessidade do aporte do poder público, visto que o transporte, como o nome diz, é público”, considera Eudo Laranjeiras, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste – FETRONOR.

Eudo lembra o exemplo do trem metropolitano da Grande Natal. “Veja o exemplo do trem, que inclusive está sendo expandido. Geralmente passa nos horários, tem ar-condicionado, etc… A tarifa verdadeira dele é de mais de R$ 10. Mas quem utiliza, paga apenas R$ 2,50, graças ao subsídio que o Governo Federal oferta. Essa é uma das possibilidades e que vários sistemas vêm utilizando como forma de melhoria, de buscar mais clientes”, relata Eudo.

Segundo o presidente, a estruturação do serviço com mais qualidade aponta para a necessidade dos investimentos que devem ser feitos. “As empresas são operadoras. Quem cuida do serviço é o governo – seja federal, estadual ou municipal. É preciso que os gestores definam e façam por onde o transporte possa ter qualidade. Após serem dadas as condições, devem inclusive cobrar das empresas essa prestação do serviço”, afirma.

Além do estudo da CNI, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) produziu um documento intitulado ‘Propostas para um Programa Nacional de Mobilidade Urbana’, visando fornecer ao Governo Federal sugestões concretas para promover a inclusão social das comunidades de baixa renda no contexto dos transportes urbanos, reduzir a idade média da frota nacional, estabelecer e executar um programa de aprimoramento das infraestruturas voltadas ao transporte de passageiros, e aperfeiçoar a gestão dos órgãos ligados ao poder público, bem como das empresas privadas que atuam no setor.

“Esses documentos são muito importantes, pois podem servir de norte aos gestores. E da parte do Setor de Transporte, há uma total disponibilidade na contribuição dessa melhoria. Estaremos fazendo nossa parte, contribuindo com o planeta, reduzindo a dependência excessiva do carro, aliviando o tráfego e reduzindo a poluição nas áreas urbanas”, afirma Eudo.

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